Pequeno, franzino, transfigurava-se ao falar.Aos gestos das mãos acrescentava o brilho do olhar e a determinação e ênfase na voz,numa linguagem simples e accessível.
Um fato que traduz bem quem era D. Hélder: aconteceu onde morava, nos fundos da sacristia de uma igreja em Recife, no bairro da Boa Vista. Alta madrugada, um barulho na porta e um homem se apresenta diante dele. D. Hélder o acolhe e o faz sentar sem saber o porquê de sua visita àquela hora tão tardia… O estranho fala, fala e de repente desabafa, chorando: “-Me mandaram aqui foi para lhe matar. Perdoe-me…” D. Hélder o abraça, o tranqüiliza e depois de lhe servir um lanche, chama um táxi (que do “Dom, como assim é chamado, nada cobra) o abençoa e o manda para casa…
Dom Helder chegou ao Recife no período da Ditadura Militar e militou em favor de perseguidos e presos políticos. Uma de suas principais causas era combater a fome, a miséria e a injustiça.